quarta-feira, 10 de julho de 2019

As diferenças de Umbanda

Que diferença há entre um terreiro que possui um bom projeto de divulgação nas mídias sociais, bem estruturado, com canal de vídeos dos eventos, com post esclarecedores sobre Umbanda, um número gigantesco de seguidores e record de acessos e aquela casinha, no fundo do quintal, de dezesseis metros quadrados, onde muitos da corrente mediúnica, bem como seus seguidores, não possuem nem uma rede social?

Quais seriam as divergências entre aquelas casas com altares escalonados e iluminados com neon e outras com seus congares sendo uma única mesa com as imagens, velas e flores?

O que nos faria apontar a “qualidade” das giras? A quantidade de médiuns na corrente? As diferentes guias nos pescoços? A fila de consulentes na porta desde muito cedo? As roupas de diferentes cores segundo a sessão?

Talvez a possibilidade de haver no centro alguma pessoa de notoriedade pública capaz de tirar a casa de algum problema? Um frequentador de profissão ligada ao Direito que possa entender de leis e ajudar à casa a não enfrentar nenhuma sansão?

Se tudo isto pode “parecer”, pelo aspecto externo, algum item levado em consideração no momento de se dizer que uma casa é de Umbanda, o legado mais importante passa longe.

O que diz que uma casa é de Umbanda? Que critérios podemos estabelecer para isto?

Ando me perguntando onde estão os princípios formadores de nossa história?

Por onde caminha o humilde que acorria a benzedeira porque dinheiro não tinha pra procurar “um dotô”? Cadê a roupinha branca, modesta mas alva, alva dos irmãos de fé? Alguém tem ouvido por aí os conselhos, com alguns errinhos de concordância nominal, mas absolutamente certeiros nas soluções?

Longe de mim estar fazendo apologia de que não podemos nos adaptar a uma nova realidade. O que o meu saudosismo está gritando é pela recuperação da essência.

O que me faz umbandista não são as guias de cristal no pescoço (ainda que eu possa tê-las). O que confere a uma casa a honra do título de templo umbandista não está no conforto de cadeiras, luzes e ventiladores (mesmo que não seja um sacrilégio ter tudo isso).

Se alguma entidade que baixa nos terreiros disser algo diferente do que acredito – que a (Umbanda é amor e caridade – por favor, avise-me, pois além de estar desatualizado, devo estar louco.

Saravá, povo de Umbanda. Saravá, Pai Oxalá!

2 comentários:

  1. Para que fique claro, temos que entender que Orixá não tem vínculo sexual, Orixá não tem relações carnais. Resumindo, Orixá não é de carne e osso, logo não tem relação sexual hetero, homo, bi, ou qualquer outra forma de troca de energia através de sexo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. irmão: o seu texto saiu publicado 4x igual (em dois textos).... Posso deletar alguns? Axé

      Excluir