quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Literatura umbandista

Em um mundo de muitas informações em uma velocidade impressionante, devemos redobrar os cuidados com relação ao que lemos e onde lemos. O que abaliza um texto em termos de veracidade e seriedade? Como saber se aquilo que chega ao nosso conhecimento tem realmente lógica? Principalmente quando se trata de religião, quem tem “a última palavra”?

No nosso caso como umbandistas, as coisas ficam ainda mais complicadas uma vez que a nossa religião é plural. Somos o espelho da multiplicidade brasileira, berço da Umbanda. Não temos uma única forma de praticar, não nos atrelamos a dogmas inflexíveis, não há um poder centralizador. Ou seja, a expressão religiosa que nos configura baseia-se, mormente, na tradição (a ancestralidade e os ensinamentos que nos são passados de geração a geração).

Por estes motivos, vemos surgirem alguns absurdos em nome da religião e o mais sério da questão é que os leigos acabam tomando como verdade e o perigo se espalha. Assim sendo, é sempre bom conversar com as pessoas que levantam a “bandeira de Oxalá” de forma honesta, amorosa e devocional. Cuidado com os “charlatões da macumba”. Creia: os princípios da Umbanda são o amor e a caridade. Não se amarram amores, não se destroem lares, não se manda matar inimigos… Isto não nos representa.

Ainda bem que temos filhos de fé empenhados em transmitir esta mensagem através de seus livros. Mantenham a mente alerta porque há também o reverso da moeda. Existem muitos que publicam seus textos se intitulando “donos” das religiões de influência das matrizes africanas, chamam de textos umbandistas, mas o “pano de fundo” não revela tal objetivo.

Reiteramos, conversem, antes de começarem a ler, com pessoas que já estão na seara umbandista há tempos. Visite terreiros e observe. Nada é mais adequado do que o nosso olhar. Observe a atitude da corrente mediúnica, preste atenção às conversas dos frequentadores. Se possível, vá ter um momento de “papo” com o dirigente espiritual (pai de santo, mãe de santo) da Casa.

Temos, no mercado de publicações, algumas excelentes e idôneas editoras como por exemplo a Anubis, a Arché e a Aruanda. Seus autores são comprometidos e amam a Umbanda. O cuidado e o carinho com que os editores tratam as obras e os escritores já denota seu valor.

Um conselho: procure conversar com os autores dessas editoras. Busque no Facebook e no Instagram, por exemplo, as páginas das editoras e contatem-nas. Veja o quão enriquecedor pode ser para vocês tirar as dúvidas sobre a forma e a abordagem com a qual os textos estão publicados.

Desta maneira, você poderá minimizar os riscos de acessar alguns sites, vídeos e “receitas de magia” que não representam a religião e evitarem se colocar em situações vibratórias menos favoráveis, pois como diz a vovó, “meter a mão em cumbuca” pode ser muito arriscado.

Saravá e muito axé!