As
palavras do Caboclo das Sete Encruzilhadas, ali, no momento de
fundação da religião de Umbanda, foram muito claras: a umbanda é
acolhimento, tanto no plano físico, quanto no plano espiritual.
Todos que acorrem aos terreiros devem ser bem-vindos.
Obviamente
que entidade não quis dizer que não haveria regras e que cada um
faria o que bem entendesse! A “Umbanda tem fundamento, é preciso
preparar”, como entoamos no momento de começar uma sessão.
Também
convém ressaltar que, em nenhum momento, o Caboclo sugeriu que seria
uma religião de convencimento ou arregimentação. A Umbanda não
aprisiona pelo medo e não é grilhão. É restauradora como o grito
de liberdade das senzalas das almas amarguradas e, tomando novamente
a voz do Seu Sete Encruzilhadas, veio para “perdurar até o final
dos séculos”.
Todos
que quiserem podem ir a uma casa umbandista buscar consolo e
conforto. Todos que no chão sagrado pisam são recebidos e atendidos
na medida do merecimento e da fé com que para lá se dirigem. Mas
nem todos os que ali estão em uma gira ou festa são umbandistas e
não significa que devem seguir nossos preceitos.
Umbandistas,
devemos entender tal diferença para que não nos afastemos dos
princípios que norteiam nossa religião. Não mantemos ninguém a
partir de segredos não revelados. O que nos solicita a
espiritualidade é que mostremos nossa amada religião através dos
Mistérios Sagrados e não do misterioso mistificado. Para tanto,
devemos, antes de mais anda, conhecer a religião e representá-la em
nossos atos. Pois também quase nenhuma valia tem muito saber e pouco
praticar.
Que
tenhamos clara a ideia de que a Umbanda recebe a todos de braços
abertos, mas jamais dirá a alguém que a salvação está na
conversão.
Deixemos
que o som de um atabaque ou a vibração de um Preto Velho em terra
arrebate o coração dos homens. Façamos a nossa parte que é sermos
o exemplo vivo de tudo que esta linda religião nos ensina todos os
dias.