terça-feira, 28 de agosto de 2018

Os donos da Umbanda

Tenho lido, sem assombro, pelas redes sociais, muitos comentários, verdadeiros posicionamentos, sobre “na Umbanda não existe isso”, “A Umbanda não faz assim”, “na verdadeira Umbanda é desta forma”… e por aí vai…

Senhores “donos” da Umbanda, mantenham a calma!

Como se fosse necessário relembrar-lhes todas as agruras que nos perseguem desde sempre. Se sofremos (presente e pretérito) com os olhares atravessados de outras expressões religiosas que, não nos conhecendo em essência, não nos toleram, será que “dentro” da mesma crença precisamos desviar das fulminantes miradas?

Entender (não disse aceitar) o preconceito inter-religioso, até entendemos justamente pela falta de vontade de “eles” quererem nos conhecer, entretanto (ah, esses “entretantos”!!!!), viver tais asseveradas críticas dos que se dizem irmãos de fé é duro demais.

Que instituição, seja ela da ordem que for (política, religiosa, cultural), pode permanecer se é minada desde dentro?

Nossas religiões, não podemos negar, possuem bases em matrizes muito ricas em histórias e mitologias. São multicoloridas as partes que nos integram. Se assim o é, como querer encarcerar em uma lista limitada de itens como um dogma e seu caráter indiscutível? Se somos capazes de notar os malefícios que regras incontestáveis trazem para outras religiões, seria lúcido querer fazer o mesmo com as doutrinas que, por seu histórico de formação, já sofreram tantas perseguições e aplastamentos?

Não se trata de propagar a liberdade sem freio do famoso “cada um faz o que quer”. Não! O alerta é para buscarmos, em um diálogo fraterno, considerar, respeitar e inclusive trazer propostas de alinhamento.

Como umbandistas, não podemos nos afastar dos pilares mais lindos que aprendemos com a espiritualidade: RESPEITO e HUMILDADE.