Um terreiro não se faz somente com
um dirigente espiritual. Uma casa não se mantém limpa e organizada, após as
funções, somente quando os zeladores as limpam. É bem verdade que algumas coisas
da organização competem somente a eles. Mas limpeza, preparo, observância a
coisas que faltam para uma "gira" perfeita é responsabilidade de todos.
Ser
médium é mais do que chegar na hora da sessão, "receber" santo e
ir embora. Ser médium é ser solícito e ser o primeiro a se
oferecer a ajudar. Ser médium é ter a humildade de saber que não
sabe de tudo e tem muito a aprender ainda.
Ser médium é respeitar
as regras da casa que frequenta, é demonstrar reverência ao congá.
Ser
médium, mais do que colocar roupa branca, é demonstrar a alma
vestida de pureza. Ser filho de pemba é participar de todas as
atividades da casa, sejam elas espirituais, como ordinárias. É interessar-se em
aprender a cantar os pontos, é ter orgulho em saber cambonar.
Pertencer a uma
casa de axé é antecipar-se às solicitações dos "pais" e "mães" de santo. É
também se sentir responsável pelo templo que lhe dá a oportunidade de
desenvolver a sua espiritualidade.
Um terreiro (pelo menos os de umbanda) não é
local de auferir lucros, mas uma casa não se mantém sem gastos. Mais do que uma
mensalidade, as despesas, certamente, vão além do arrecadado nas contribuições
mensais.
Enfim, um filho de pemba luta suas lutas pessoais, mas ao
mesmo tempo, converte-se em um soldado da "sua casa de fé".
Todos devem entender
que todos têm problemas e compromissos na "vida mundana", entretanto, se estes
fatos são mais prioritários que os da "vida do terreiro" é melhor repensar se é
o momento de ser chamado de FILHO DE PEMBA.
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